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Concordância Verbal e Nominal: Regras e Exemplos Essenciais

A língua portuguesa é uma língua repleta de nuances e regras que facilitam a comunicação clara e eficiente. Entre esses aspectos, a concordância verbal e nominal desempenha um papel fundamental na elaboração de textos corretos e bem estruturados. Embora muitas vezes considerados complexos, esses conceitos são essenciais para garantir que as ideias expressem exatamente o que pretendemos.

Falar sobre concordância é abordar a harmonia entre as palavras na frase, assegurando que elas concordem em número, pessoa, gênero ou modo de maneira adequada. Essa harmonia não somente enriquece o texto, mas também evita ambiguidades e possíveis erros que podem comprometer a compreensão do leitor.

Neste artigo, buscarei esclarecer de forma detalhada as principais regras de concordância verbal e nominal, apresentando exemplos práticos, tabelas explicativas e dicas úteis que podem auxiliar estudantes, professores e interessados na língua portuguesa a aprimorar sua escrita e comunicação.


O que é a Concordância Verbal e a Concordância Nominal?

Antes de explorar as regras específicas, é importante compreender o conceito geral de concordância.

Concordância verbal refere-se à harmonia entre o sujeito da oração e o verbo, ou seja, o verbo deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira) com o sujeito. Por exemplo:

  • O aluno estuda; (singular, terceira pessoa)
  • Os alunos estudam; (plural, terceira pessoa)

Concordância nominal, por sua vez, envolve a relação entre o substantivo e seus modificadores, como adjetivos, artigos, pronomes, entre outros. Essa concordância deve ocorrer em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural). Exemplos:

  • A casa bonita; (feminino e singular)
  • As casas bonitas; (feminino e plural)

Ambas regras são essenciais para que o texto transmita a mensagem de maneira clara, correta e artística.


Regras de Concordância Verbal

1. Concordância do Sujeito Simples e Composto

Sujeito simples é aquele formado por um único núcleo. Sujeito composto possui dois ou mais núcleos ligados por conjunções como e, ou, mas, etc.

Tipo de SujeitoRegraExemplo
Sujeito simplesO verbo concorda com o núcleo na terceira pessoa do singular ou plural, dependendo da quantidadeEla estuda. / Eles estudam.
Sujeito compostoO verbo fica no plural, concordando com o sujeito no pluralPedro e Maria chegaram cedo.

Exceções:- Quando os núcleos do sujeito estão ligados por ou, o verbo concorda com o núcleo mais próximo:
- Ou você ou ele decide.- Quando há pluralidade por ideia de união, usa-se o plural:
- Pai, mãe e filho viajaram juntos.

2. Verbos Compostos e Concordância

Verbos compostos assumem regras específicas:

  • Quando o sujeito composto estiver ligado pela conjunção e, o verbo fica no plural:
  • João e Maria estudam diariamente.
  • Quando estiver ligado por ou ou nem, a concordância fica com o núcleo mais próximo:
  • Nem o presidente nem os ministros compareceram.

3. Concordância com Sujeitos Indistintos ou Impessoais

Algumas frases apresentam sujeitos que não identificam uma pessoa ou coisa específica:

Tipo de SujeitoRegraExemplo
Sujeito indeterminadoUsa-se a terceira pessoa do singular com verbos na terceira pessoaVive-se bem nesta cidade.
Verbos impessoais com expressões de tempo, clima, fenômenos da naturezaSempre na terceira pessoa do singularChoveu ontem.

Regras de Concordância Nominal

1. Concordância com Substantivos Femininos e Masculinos

Gênero deve ser compatível com o substantivo:

GêneroExemploObservação
MasculinoO menino altoGeralmente termina em -o, -or, -r, -l, -u, -e.
FemininoA menina altaGeralmente termina em -a, -ora, -eza, -dade, -tia.

2. Concordância de Número (Singular e Plural)

A regra básica é que o adjetivo, artigo ou pronome acompanhem o substantivo em número:

  • Casa grande / Casas grandes
  • Aluno dedicado / Alunos dedicados

3. Concordância com Adjuntos e Modificadores

Quando o modificador refere-se a mais de um substantivo ligados por ou, a concordância fica no plural, a menos que o primeiro seja singular com o segundo no singular. Exemplos:

  • Homem ou mulher sábia (singular e singular, ambos no feminino)
  • Homens ou mulheres sábias (plural)

4. Casos de Concordância de Termos Compostos

Quando há termos compostos ligados por e, o adjetivo costuma concordar no plural:

  • Cidades e estados brasileiros (o adjetivo é plural: brasileiros)
  • Exceções: Quando o termo composto refere-se a uma única ideia, o singular pode ser usado.

Casos Especiais e Dicas Práticas

1. Concordância com Expressões de Quantidade

Expressões como a maioria de, parte de, conjunto de geralmente exigem concordância no singular, se o núcleo do sujeito for coletivo:

  • A maioria dos alunos está presente.
  • Parte dos participantes foi embora.

2. Concordância com Nomes Coletivos

Nomes coletivos, como multidão, banda, turma, podem admitir concordância:

SingularConcordânciaExemplo
MultidãoVerbo no singularA multidão dispersou-se rapidamente.
BandaVerbo no singular ou pluralA banda tocou suas músicas ou As bandas tocaram suas músicas.

3. Concordância com Nomes Próprios

Nomes próprios de pessoa ou lugar geralmente concordam em gênero e número:

  • Brasil é um país grande.
  • Os Estados Unidos são influentes.

Tabela Resumo das Regras de Concordância

AspectoRegra PrincipalExemplo
Sujeito simples (singular)Concorda com o verbo na 3ª pessoa do singularA menina corre.
Sujeito simples (plural)Concorda com o verbo no pluralAs meninas correm.
Sujeito composto ligado por eVerbo no pluralPai e mãe cuidam dos filhos.
Sujeito com ouConcorda com o núcleo mais próximoVocê ou eu decide.
Substantivo coletivoVerbo no singularA multidão chegou cedo.
Nomes própriosConcordam em gênero, númeroMariana gosta de livros.
Adjetivos modificadoresConcordam com o substantivoCarros novos.

Conclusão

A concordância verbal e nominal são pilares essenciais para a construção de textos coerentes e corretos na língua portuguesa. Entender suas regras facilita a expressão de ideias de maneira clara, além de evitar erros comuns que podem diminuir a credibilidade do texto.

Ao longo deste artigo, explorei conceitos básicos e avançados, apresentando regras gerais, exceções e exemplos práticos para que o leitor possa aplicar no seu dia a dia de estudo ou produção textual. Recomendo sempre a leitura cuidadosa e a prática constante para internalizar essas normas, tornando-se um comunicador mais eficiente e preciso.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Como saber se o verbo deve ficar no singular ou plural com sujeitos compostos ligados por e?

Quando os núcleos do sujeito ligados por e fazem referência a uma única ideia ou representam coletivamente uma ação, o verbo fica no singular. Caso os núcleos indiquem ações distintas ou pareçam múltiplos sujeitos, o verbo fica no plural. Exemplo:
- Pai e mãe chegaram cedo (plural).
- Cavalo e burro é o que temos (singular, entendendo-se como uma ideia única).

2. Como determinar a concordância com palavras coletivas?

Nomes coletivos geralmente admitem tanto a concordância no singular quanto no plural, dependendo do significado desejado. Quando se refere à totalidade, usa-se o singular:
- A multidão dispersou-se.
Se se refere a indivíduos específicos, usa-se o plural:
- As multidões presentes foram ouvidas.

3. Quando usar o verbo na terceira pessoa do singular ou plural com expressões de quantidade?

Expressões como a maioria de, parte de, conjunto de levam o verbo para o singular se o núcleo do grupo for uma ideia coletiva ou unificada:
- A maioria dos estudantes foi feliz.
Usam o plural quando o grupo é considerado em suas partes ou componentes:
- As partes da equipe discutiram suas estratégias.

4. Como lidar com nomes próprios no processo de concordância?

Nomes próprios, por terem uma referência específica, geralmente seguem as regras de gênero e número:
- João é inteligente.
- As cidades históricas atraem turistas.

5. O que fazer quando há palavras compostas ou expressões longas?

Nesses casos, a concordância de adjetivos e artigos pode variar, mas, em geral, eles concordam com o núcleo mais próximo ou com a ideia expressa. A clareza deve prevalecer. Exemplo:
- Cidades e estados brasileiros (adjetivo no plural).
- Casa e jardim bonito (ligados pela ideia de uma única coisa).

6. Existem dúvidas mais frequentes sobre regras de concordância?

Sim, muitas dúvidas envolvem situações de nomes compostos, coletivos, orações com sujeitos indeterminados e expressões de quantidade. A prática contínua, leitura de bons exemplos e consultando gramáticas confiáveis ajudam a consolidar esses conhecimentos.


Referências

  • Aurélio Felipe Bessa, Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
  • Maria Helena de Moura Neves, Gramática da Língua Portuguesa.
  • Dicionário Prático da Língua Portuguesa - Michaelis.
  • Manual de Redação e Estilo da FGV.
  • Academia Brasileira de Letras, Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
  • Portal Língua Portuguesa - Universidade de Coimbra.

Este artigo foi elaborado com base em fontes confiáveis da área de gramática, com o objetivo de divulgar o conhecimento de forma acessível, aprofundada e prática.

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