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Grau dos Adjetivos: Entenda as Diferenças e Uso Correto

Na língua portuguesa, a riqueza e diversidade da descrição de seres, coisas e situações dependem, em grande parte, do uso adequado dos adjetivos. Quando pensamos em como expressar diferentes graus de intensidade ou comparação, os graus dos adjetivos tornam-se ferramentas essenciais para uma comunicação mais clara e precisa. Entender as diferentes formas de grau dos adjetivos não apenas aprimora nossa escrita, mas também amplia nossa capacidade de expressar opiniões, sentimentos e características de modo mais elaborado. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que são os graus dos adjetivos, suas funções, regras de uso e exemplos práticos para que você possa aplicar esse conhecimento no seu aprendizado e na sua comunicação diária.

Grau dos Adjetivos: o que são e por que são importantes?

Os adjetivos, como é de conhecimento geral, são palavras que qualificam ou caracterizam os substantivos, atribuindo qualidades, estados ou condições. No entanto, esses adjetivos podem variar de intensidade ou de comparação, o que nos leva aos graus dos adjetivos.

Segundo a gramática normativa, o estudo dos graus permite estabelecer comparações e estabelecer níveis de intensidade ou de superioridade de uma característica. Assim, o entendimento e uso correto dos graus são essenciais para evitar ambiguidades e promover uma comunicação mais eficiente.

A seguir, apresento uma visão geral sobre a importância do estudo dos graus:

  • Facilita a comparação entre objetos, pessoas ou ideias.
  • Permite expressar diferentes níveis de intensidade de uma característica.
  • Enriquecem a expressão escrita e oral.
  • São fundamentais em análises literárias, debates e textos argumentativos.

Tipos de graus dos adjetivos

Os graus dos adjetivos são classificados em três categorias principais: ** grau relativo, grau superlativo e grau comparativo**. Vamos aprofundar cada uma dessas categorias e suas formas.

Grau positivo

O grau positivo é a forma básica do adjetivo, quando ele indica uma qualidade de maneira simples e direta, sem comparação ou intensidade aumentada.

Exemplo:

  • A casa é grande.
  • Ele é um professor inteligente.

Este grau serve como ponto de referência para as variantes comparativas e superlativas.

Grau comparativo

O grau comparativo permite estabelecer uma comparação entre dois ou mais elementos, destacando qual deles possui mais ou menos de uma determinada característica.

Classificações do comparativo:

  1. Comparativo de superioridade: indica que um elemento possui mais de uma qualidade do que outro.
  2. Comparativo de inferioridade: indica que um elemento possui menos de uma qualidade em relação a outro.
  3. Comparativo de igualdade: indica que os elementos possuem a mesma quantidade ou intensidade de uma característica.

Formas do comparativo:

TipoFormaExemploSignificado
De superioridademais + adjetivoEle é mais alto que seu irmão.Indica que alguém ou algo possui mais qualidade de uma determinada característica.
De inferioridademenos + adjetivoEla é menos inteligente que a colega.Indica que alguém ou algo possui menos qualidade.
De igualdadetão + adjetivo + quantoO carro é tão rápido quanto o avião.Indica igualdade na característica analisada.

Grau superlativo

O grau superlativo expressa o máximo de uma qualidade, seja ela na forma absoluta ou relativa. Basicamente, indica o ápice de uma característica.

Classificações do superlativo:

  1. Superlativo absoluto próprio: expressa intensidade máxima de uma qualidade, muitas vezes usando advérbios ou formas derivadas do adjetivo.
  2. Superlativo relativo: indica que alguém ou algo possui a maior ou menor qualidade dentro de um grupo.

Formas do superlativo:

TipoFormaExemploSignificado
Superlativo absoluto próprioMuito + adjetivoEla é muito inteligente.Indica uma intensidade forte de uma qualidade.
-íssimo, -érrimo, -érrimaCasa amplíssima, rio grandíssimo.Formas derivadas que intensificam o adjetivo.
Superlativo relativoo/a(s) + maior/menor + do(s)/da(s)Ele é o mais alto da turma.Indica que algo é o mais ou o menos de um grupo.

Regras de formação dos graus dos adjetivos

Apesar de existirem formas específicas, algumas regras gerais orientam a formação dos graus dos adjetivos:

  • Grau comparativo de superioridade: acrescenta-se mais antes do adjetivo.
  • Grau comparativo de inferioridade: acrescenta-se menos antes do adjetivo.
  • Grau comparativo de igualdade: usa-se a expressão tão + adjetivo + quanto.
  • Grau superlativo absoluto: acrescentam-se os sufixos -íssimo, -érrimo, -érrima ou usa-se advérbios como muito.
  • Grau superlativo relativo: usa-se o/a(s) + mais/menos + adjetivo + de seguido do grupo ou contexto.

Formação do superlativo absoluto

Existem duas formas principais:

  1. Por sufixação:
  2. Terminações como -íssimo, -érrimo, -érrima.
  3. Exemplo: altíssimo, grandérrimo, rapidíssima.

  4. Por advérbios de intensidade:

  5. Uso de muito + adjetivo.
  6. Exemplo: muito feliz, muito forte.

Exemplos de formação do grau

GrauFormaExemploComentários
PositivoBonitoForma base.
Comparativo de superioridademais + adjetivoMais bonitoCompara dois elementos.
Comparativo de inferioridademenos + adjetivoMenos bonitoAponta que um é menor na característica.
Comparativo de igualdadetão + adjetivo + quantoTão bonito quantoIgualdade na característica.
Superlativo absolutomuito + adjetivo ou sufixoMuito bonito / BellíssimoMáxima intensidade.
Superlativo relativoo/a(s) + mais/menos + adjetivo + deO mais bonito da turmaDentro de um grupo.

Diferenças entre os graus e suas aplicações

Compreender as diferenças entre os graus do adjetivo é fundamental para uma comunicação correta. Cada grau serve a um propósito distinto:

  • Grau positivo: aponto uma qualidade de forma neutra.
  • Grau comparativo: faço uma comparação, mostrando diferenças ou semelhanças.
  • Grau superlativo: exalto ou minimizo uma qualidade, expressando o máximo ou mínimo.

Exemplo prático com o adjetivo "alto":

GrauFraseSignificado
PositivoA torre é alta.Atributo neutro.
ComparativoA torre é mais alta do que a igreja.Comparação com outra estrutura.
Superlativo absolutoA torre é altíssima.Máxima intensidade da qualidade.
Superlativo relativoÉ a torre mais alta da cidade.Dentro de um grupo, ela é a que mais sobe.

Observações importantes

  • Nem todos os adjetivos admitem todas as formas de grau; por exemplo, alguns não possuem formas de superlativo ou comparativo, especialmente adjetivos de conceito ou relação.

  • Algumas formas podem soar arcaicas ou formais, portanto, é importante usar as formas mais comuns no cotidiano.

Cuidados na utilização dos graus dos adjetivos

Embora o uso dos graus seja bastante intuitivo, há alguns aspectos a serem observados para evitar equívocos:

  • Uso incorreto de "mais" e "menos" com adjetivos que já indicam grau: por exemplo, dizer “mais bom” é incorreto. O adequado é “melhor”, que é o comparativo do advérbio “bem”.
  • Superlativos exagerados: usar com moderação para não soar excesso ou artificialidade.
  • Adjetivos com formas irregulares: como bom – melhor – o melhor, mau – pior – o pior, que não seguem as formas padrão de formação de grau.

Segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, "o grau dos adjetivos é uma ferramenta que enriquece a expressão, mas seu uso deve ser medido, para manter a clareza e precisão na comunicação."

Conclusão

Compreender o grau dos adjetivos é fundamental para aprimorar nossa capacidade de comunicação em português. Desde o simples adjetivo no grau positivo até as formas mais elaboradas de comparativo e superlativo, cada uma desempenha um papel importante na descrição e na comparação de elementos. Conhecer as regras de formação, uso adequado e evitar erros comuns garante uma expressão mais clara, precisa e fluente.

Por meio deste artigo, espero ter esclarecido de forma acessível as diferentes formas de grau dos adjetivos, suas funções e aplicações. Assim, você poderá aplicá-las com mais segurança tanto na escrita quanto na fala, contribuindo para o seu desenvolvimento acadêmico e pessoal.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Os adjetivos possuem formas irregulares no grau superlativo?

Sim, alguns adjetivos apresentam formas irregulares, que não seguem as regras padrão. Exemplos incluem: bommelhoro melhor; maupioro pior; grandemaioro maior. Essas formas devem ser memorizadas, pois fazem parte do uso cotidiano e normativo da língua.

2. Como identificar se um adjetivo aceita superlativo relativo?

A maioria dos adjetivos aceita superlativo relativo, especialmente aqueles que indicam uma qualidade que pode ser comparada dentro de um grupo. No entanto, admitem-se melhor formas como o mais alto, o maior, o mais feliz. Se desejar expressar o máximo de uma característica dentro de um conjunto, o adjetivo geralmente aceita o grau superlativo relativo.

3. É correto usar "mais bonito" e "bonitíssimo" na mesma frase?

Sim, essas formas podem coexistir, dependendo do contexto e do grau de ênfase desejado. "Mais bonito" é comparação de superioridade entre dois, enquanto "bonitíssimo" indica uma intensidade máxima por meio do sufixo -íssimo. A escolha depende do efeito comunicativo pretendido e da formalidade do discurso.

4. Os adjetivos compostos seguem as mesmas regras de grau?

Na maioria dos casos, sim. No entanto, adjetivos compostos podem formar grau comparativo e superlativo de modo diferente dependendo dos componentes. Exemplo: azul-marinho mantém-se na forma básica, mas para expressar intensidade, podemos usar expressões como mais azul-marinho. É importante verificar cada caso específico.

5. Como usar corretamente “tão” com adjetivos?

Para estabelecer uma comparação de igualdade, usa-se a expressão tão + adjetivo + quanto. Exemplo: Ele é tão inteligente quanto ela. Essa construção é básica para equivalência de características em diferentes elementos.

6. Existem adjetivos que não admitem grau superlativo?

Sim, alguns adjetivos de conceito ou relação, como cores (ex.: branco, preto), e alguns adjetivos abstratos, podem não admitir formas superlativas ou de comparação, dependendo do contexto e do uso convencional. Essas limitações são estabelecidas pela norma culta e pelo uso comum.

Referências

  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Editora Nova Fronteira, 2001.
  • MATTA, Jean Carlo. Gramática Moderna da Língua Portuguesa. Editora Moderna, 2010.
  • OLIVEIRA, Domingos de Moraes. Gramática Prática da Língua Portuguesa. Editora Vozes, 2015.
  • SILVA, José de Nicola. Manual de Gramática Portuguesa. Editora Saraiva, 2012.
  • Academy of Portuguese Language. Dicionário de Gramática. Disponível online: www.academiadeportugues.org.

Estas fontes fornecem um embasamento sólido para o estudo das regras e aplicações dos graus dos adjetivos em português.

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