A língua portuguesa é uma das línguas mais complexas e ricas do mundo, caracterizada por suas variadas estruturas sintáticas e semânticas. Entre esses aspectos, as subordinadas desempenham papel fundamental na construção de orações mais elaboradas e expressivas. Dentro das subordinadas, destacam-se as subordinadas subjetivas e objetivas (diretas e indiretas), que desempenham funções essenciais na composição de frases, contribuindo para a clareza e precisão na comunicação.
Para quem estuda gramática, compreender as diferenças entre essas subordinadas e saber identificá-las em diferentes contextos é essencial, especialmente na hora de resolver exercícios e fixar o conteúdo. Além disso, a prática constante por meio de exercícios é uma excelente estratégia para consolidar esse conhecimento.
Pensando nisso, neste artigo apresentarei um guia completo com exercícios sobre Subordinada Subjetiva e Direta, além de dicas, exemplos e estratégias de estudo para aprimorar sua compreensão. Vamos aprofundar nossos conhecimentos e fortalecer nossa habilidade de identificar e analisar essas estruturas dentro das frases.
Subordinada Subjetiva: Conceito, uso e exemplos
O que é a oração subordinada subjetiva?
A oração subordinada subjetiva é aquela que funciona como o sujeito de uma oração principal. Em outras palavras, ela desempenha o papel de determinar quem realiza ou sofre a ação expressa pelo verbo da oração principal.
Por exemplo:
É importante que você estude para a prova.
Na frase acima, a oração "que você estude" funciona como sujeito de É importante. Assim, a subordinada é responsável por indicar a ação de estudar, atuando como sujeito.
Como identificar uma oração subordinada subjetiva?
- Pode ser introduzida por conjunções integrantes, como que, se, como, entre outras.
- Geralmente, substitui-se por pronomes pessoais como ele, ela, ou por nomes próprios na análise sintática.
- Conjugando o verbo da oração principal, podemos perceber que ela depende da subordinada para completar seu sentido.
Exemplos de subordinadas subjetivas
| Frase Principal | Subordinada Subjetiva | Função Sintática |
|---|---|---|
| Acredito que ele virá. | que ele virá | Sujeito da principal |
| Será necessário que todos participem. | que todos participem | Sujeito |
| Ficou claro que o projeto foi aprovado. | que o projeto foi aprovado | Sujeito |
Dicas para identificar subordinação subjetiva
- Observe se há uma relação de dependência entre a oração principal e uma oração introduzida por que ou outra conjunção integrante.
- Tente substituir a oração subordinada por um pronome pessoal (ele, ela) e observe se a frase mantém sentido.
Subordinada Objetiva Direta: Conceito, uso e exemplos
O que é a oração subordinada objetiva direta?
A oração subordinada objetiva direta funciona como o Objeto Direto da oração principal, ou seja, complementa o sentido do verbo transitivo diretamente, sem a necessidade de preposição.
Por exemplo:
Ela afirmou que viria mais cedo.
Na frase, "que viria mais cedo" funciona como o objeto direto do verbo afirmou.
Como identificar uma subordinada objetiva direta?
- Geralmente, é introduzida por conjunções como que, se, entre outras.
- Pode substituir-se por um pronome oblíquo: o, a, os, as, ou por nomes próprios na análise.
- Está ligada a um verbo transitivo direto, complementando sua ação.
Exemplos de subordinadas objetivas diretas
| Frase Principal | Subordinada Objetiva Direta | Função Sintática |
|---|---|---|
| Ela disse que chegaria cedo. | que chegaria cedo | Objeto direto |
| Ele promete que ajudará na tarefa. | que ajudará na tarefa | Objeto direto |
| Notei que ela estava triste. | que ela estava triste | Objeto direto |
Dicas para identificação de subordinadas objetivas diretas
- Verifique se a oração subordinada complementa o verbo transitivo da oração principal.
- Faça a substituição do sujeito da subordinada por um pronome (o, a, os, as) e observe se a frase mantém o sentido.
Diferenças entre Subordinada Subjetiva e Objetiva Direta
| Aspecto | Subordinada Subjetiva | Subordinada Objetiva Direta |
|---|---|---|
| Função | Funciona como sujeito da oração principal | Funciona como objeto direto do verbo transitivo da oração principal |
| Introdução | Geralmente por conjunções integrantes (que, se, como) | Geralmente por conjunções integrantes (que, se) |
| Substituição | Pode ser substituída por "ele", "ela" ao testar | Pode ser substituída por "o", "a", "os", "as" |
Exemplos comparativos
Fiquei surpreso que ela tivesse mentido (subjetiva)
Fiquei surpreso **que ela mentiu (objetiva direta, com sentido diferente)Afirmaram que o projeto foi aprovado (objetiva)
Afirmaram **que eles estavam certos (subjetiva)
Exercícios para fixar o conteúdo
A seguir, apresento uma série de exercícios com diferentes níveis de dificuldade para praticarmos a identificação e análise das subordinadas subjetivas e objetivas diretas.
Exercícios 1: Identificação de subordinadas
Instruções: Leia as frases abaixo e indique se a subordinada é subjetiva ou objetiva direta.
- O aluno afirmou que estudaria para a prova.
- Está claro que ela compreendeu a lição.
- Ela desejava que todos participassem.
- Opinei que a decisão fosse tomada imediatamente.
- Acreditamos que o projeto será aprovado.
Resposta esperada:
| Frase | Tipo de subordinada | Justificativa |
|---|---|---|
| 1 | Objetiva direta | Complementa o verbo afirmou |
| 2 | Subjetiva | Funciona como sujeito de Está claro |
| 3 | Subjetiva | Funciona como sujeito de desejava |
| 4 | Objetiva direta | Complementa o verbo opinei |
| 5 | Subjetiva | Funciona como sujeito de Acreditamos |
Exercícios 2: Substituição por pronomes
Instruções: Substitua as subordinadas pelas alternativas indicadas e revise o sentido:
- Afirmaram que o evento seria cancelado.
- Fiquei feliz que você tenha conseguido passar.
- Ela disse que estaria presente na reunião.
- Não sei se ela entenderá a questão.
- Sofri que meu amigo tivesse se machucado**.
Respostas esperadas:
| Frase original | Substituição | Comentário |
|---|---|---|
| 1 | Afirmaram isso | Substituição por "isso" |
| 2 | Fiquei feliz isso | Substituição por "isso" |
| 3 | Ela disse isso | Substituição por "isso" |
| 4 | Não sei se ela entenderá | Com "se" mantém o sentido |
| 5 | Sofri que ele tivesse se machucado | Mantém-se a subordinada com o mesmo sentido |
Exercícios 3: Complete as frases com a conjunção adequada
- É necessário ___ todos colaborarem para o sucesso do projeto.
- Ela respondeu ___ poderia ajudar na organização.
- Ficou evidente ___ ela não sabia a resposta correta.
- Acreditamos ___ a equipe atingirá a meta.
- O professor explicou ___ a matéria era importante para o próximo teste.
Respostas:
| Frase | Conjunção correta | Justificativa |
|---|---|---|
| 1 | que | Subordinada subjetiva |
| 2 | que | Subordinada objetiva direta |
| 3 | que | Subordinada objetiva direta |
| 4 | que | Subordinada subjetiva |
| 5 | que | Subordinada objetiva direta |
Exercícios 4: Identificação de funções na análise sintática
Analise a oração:
A professora explicou que os alunos deveriam estudar antes da prova.
- Qual é a função da oração "que os alunos deveriam estudar antes da prova"?
- Que tipo de oração subordinada é essa?
Resposta esperado:
- A oração "que os alunos deveriam estudar antes da prova" funciona como objeto direto do verbo explicou.
- Trata-se de uma subordinada objetiva direta.
Exercícios 5: Análise de frase com múltiplas subordinadas
Frase:
Espero que ela tenha chegado bem e que tudo esteja organizado.
Pergunta: Identifique as subordinadas e suas funções.
Resposta:
- "que ela tenha chegado bem" — subordinada objetiva direta do verbo ** espero **.
- "que tudo esteja organizado" — subordinada objetiva direta do mesmo verbo ** espero **.
Exercícios 6: Produção de frases com subordinadas
Instruções: Escreva uma frase utilizando uma subordinada subjetiva e outra com uma subordinada objetiva direta, respectivamente.
Sugestões de resposta:
- Subordinada subjetiva: A minha impressão é que ele está decepcionado.
- Subordinada objetiva direta: Ele revelou que não iria participar da reunião.
Conclusão
Hoje, aprofundamos nossos conhecimentos sobre as subordinadas subjetivas e objetivas diretas, estruturas essenciais para uma redação clara e coesa. Compreender suas funções, identificar suas conjunções introdutivas e distinguir suas funções sintáticas é fundamental para aprimorar nossas habilidades de interpretação e análise gramatical.
A prática contínua por meio de exercícios é indispensável para consolidar esse aprendizado. Recomendo que você revise diferentes textos, identifique essas subordinadas, faça substituições por pronomes e crie suas próprias frases para fixar o conteúdo.
Lembre-se de que uma comunicação eficaz depende do domínio das estruturas da língua, e o estudo atento e dedicado trará excelentes resultados em seus trabalhos, redações e na compreensão geral do português.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Como diferenciar uma subordinada subjetiva de uma subordinada objetiva direta?
Para diferenciá-las, observe a função que a oração desempenha na frase. Se ela agir como sujeito da oração principal, é subjetiva. Se atuar como o objeto direto de um verbo transitivo, é objetiva direta. Além disso, tente substituí-la por "ele/ela" para a subjetiva e por um pronome objeto para a objetiva.
2. É possível identificar uma subordinada objetiva por meio da substituição por "isso"?
Sim. Para a subordinada objetiva direta, você pode substituí-la por "isso" sem alterar o sentido da frase. Por exemplo: Ela disse que viria cedo. → Ela disse isso.
3. Quais conjunções geralmente introduzem essas subordinadas?
As conjunções mais comuns são que, se, e como. No entanto, há variações dependendo do tipo de oração. Para subordinadas subjetivas, "que" e "se" são típicas; para objetivas diretas, "que" é frequentemente usada.
4. Pode uma oração subordinada ser tanto subjetiva quanto objetiva na mesma frase?
Sim, uma frase pode ter múltiplas subordinadas, algumas desempenhando função de sujeito e outras de objeto. É importante analisar cada uma separadamente com base na sua função sintática.
5. Como melhorar a identificação das subordinadas na leitura?
Leia o texto pausadamente, identifique as conjunções integrantes (que, se, como) e observe a função que a oração introduz. Faça substituições por pronomes e verifique se mantém o sentido original, o que ajuda na prática de identificação.
6. Por que é importante estudar essas estruturas?
Estudar subordinadas ajuda na compreensão do texto, melhora a escrita e a expressão oral, e é fundamental em exames de língua portuguesa, redações oficiais, além de ampliar o entendimento das funções sintáticas e semânticas das orações.
Referências
- BECHARA, Evanildo. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2009.
- DINIZ, Maria Clara da Rocha. Gramática Reflexiva da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipioni, 2014.
- FARACO, Carlos Alberto. Gramática Moderna da Língua Portuguesa. São Paulo: Ática, 2007.
- SILVA, Celso Pedro Luft. Gramática Catalana. Rio de Janeiro: Campus, 2011.
- Portal da Língua Portuguesa – Governo Federal. https://www.portaldalinguaportuguesa.org
Espero que este guia lhe seja útil para aprofundar seus estudos e melhorar suas habilidades com as subordinadas em português. Bons estudos!