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Orações Subordinadas Substantivas: Conceito, Exemplos e Uso

As orações subordinadas constituem uma parte fundamental da estrutura da língua portuguesa, permitindo que expressemos ideias mais complexas e detalhadas. Entre elas, as orações subordinadas substantivas desempenham um papel especialmente importante, pois funcionam como sujeitos, complementos ou predicados do verbo, tornando nossas frases mais completas e precisas. Compreender esse tipo de oração é essencial para aprimorar nossa comunicação escrita e oral, além de conferir maior precisão e elegância aos nossos textos. Neste artigo, explorarei de forma aprofundada o conceito de orações subordinadas substantivas, apresentarei exemplos práticos e destacarei seu uso na linguagem cotidiana e acadêmica.

O que são Orações Subordinadas Substantivas?

Definição e conceito

As orações subordinadas substantivas são aquelas que desempenham por si mesmas uma função de substantivo dentro de uma oração maior, ou seja, substituem nomes, expressando ideias, conceitos, sentimentos ou ações de forma mais elaborada. Elas são introduzidas por conjunções integrantes, como que, se, o que, quem, quando, como, dentre outras.

Características principais

  • Funcionam como substantivos dentro da oração principal.
  • Podem exercer funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal ou predicativo do sujeito.
  • São introduzidas por conjunções integrantes.
  • Podem ser identificadas pelo seu papel de representar uma ideia ou uma noção.

Exemplos de orações subordinadas substantivas

  • Que você venha cedo é importante para nós.
  • Eu acredito que ele está certo.
  • O fato de ela ter estudado bastante garantiu o sucesso.

Nesses exemplos, as orações subordinadas (que você venha cedo, que ele está certo, de ela ter estudado bastante) funcionam como sujeito ou objeto dentro da frase principal.

Tipos de Orações Subordinadas Substantivas

As orações subordinadas substantivas podem ser classificadas de diversas formas, dependendo de sua função na oração principal e sua estrutura.

1. Orações Subordinadas Substantivas Subjetivas

São aquelas que desempenham a função de sujeito da oração principal.

Exemplo:

  • Que ela tenha sido promovida alegrou a todos.

Aqui, que ela tenha sido promovida é o sujeito do verbo alegrar.

2. Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas

Funcionam como objeto direto de um verbo transitivo.

Exemplo:

  • Ele afirmou que viria à reunião.

A oração que viria à reunião é o objeto direto do verbo afirmar.

3. Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas

Quando introduzidas por preposições, atuam como objetos indiretos.

Exemplo:

  • Ele tem esperança de que tudo dê certo.

Aqui, que tudo dê certo é o objeto indireto de esperança, introduzido pela preposição de.

4. Orações Subordinadas Substantivas Completivas Nominais

Complementam nomes, geralmente na função de complemento de um substantivo.

Exemplo:

  • Tenho certeza de que farei o melhor.

Que farei o melhor completa a expressão certeza, explicando o que se tem de certeza.

5. Orações Subordinadas Substantivas Predicativas

Utilizadas após verbos de ligação, caracterizam o sujeito ou o predicativo do sujeito.

Exemplo:

  • O que mais me preocupa é a sua segurança.

Que mais me preocupa funciona como o predicativo do sujeito o que.

Como identificar orações subordinadas substantivas?

A identificação das orações subordinadas substantivas exige atenção à sua função na frase e às conjunções usadas para sua introdução.

Dicas práticas:

  • Se a oração começa com "que", "se", "o que" ou "quem", há grande possibilidade de ser uma subordinada substantiva.
  • Observe se ela exerce uma função de sujeito, objeto ou complemento na oração principal.
  • Verifique se ela pode ser substituída por um substantivo comum, como a questão, a resposta, o fato, etc.

Exercício de identificação

Considere a frase: Acredito que ela vencerá o campeonato.
Aqui, a oração que ela vencerá o campeonato funciona como o objeto direto do verbo acreditar. Portanto, é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

Regras de uso e pontuação

Uso correto das conjunções integrantes

  • Que: a mais comum, introduz orações subordinadas substantivas. Pode ser omitida em muitos casos, sem alterar a compreensão.
  • Se: introduz orações subordinadas substantivas integrantes que expressam dúvida ou condição.
  • O que, quem: iniciam orações subordinadas que funcionam como sujeito ou objeto.

Pontuação

Geralmente, não se usa vírgula antes de orações subordinadas substantivas introduzidas por que, exceto quando há uma explicação ou mudança de sentido.

Exemplo sem vírgula:

  • Ela afirmou que viria descansar amanhã.

Exemplo com vírgula (quando há explicação):

  • Ele, que é meu colega, veio ajudar.

Uso na redação formal

Em textos acadêmicos ou profissionais, privilegiar a clareza na construção de orações subordinadas ajuda na compreensão do leitor. Evitar orações excessivamente longas torna o texto mais objetivo.

Diferenças entre orações subordinadas substantivas e outros tipos de orações subordinadas

Tipo de oraçãoFunçãoConjunção de introduçãoExemplo
SubstantivasSubstituem nomesQue, se, o que, quemAcredito que ela vencerá.
AdjetivasModificam substantivosQue, quem, onde, quandoO livro que li é interessante.
AdverbiaisIndicam ocasião, causa, modoQuando, porque, como, emboraEstudei porque queria passar.

Exemplos práticos e aplicações na linguagem cotidiana

Exemplos do dia a dia

  1. Não sei se ele virá à festa. (oração subordinada substantiva objetiva indireta)
  2. Que você estude é fundamental para o seu sucesso. (oração subordinada substantiva predicativa)
  3. O fato de chatear os colegas não foi uma boa atitude. (oração subordinada substantiva objetiva direta)

Aplicação na redação acadêmica

Na elaboração de textos científicos ou ensaios, o uso de orações subordinadas substantivas torna a argumentação mais sólida e organizada.

Exemplo:

  • A pesquisa revelou que a maioria dos estudantes prefere atividades práticas.
    Aqui, a oração que a maioria dos estudantes prefere atividades práticas acrescenta uma informação fundamental ao sujeito a pesquisa.

Vantagens do uso de Orações Subordinadas Substantivas

  • Enriquece a construção do texto, permitindo a expressão de ideias complexas.
  • Facilita a realização de argumentações e justificativas.
  • Contribui para maior formalidade e precisão na linguagem.

Conclusão

As orações subordinadas substantivas representam uma ferramenta essencial na elaboração de frases bem estruturadas, especialmente na linguagem formal e acadêmica. Elas permitem que expressemos conceitos, opiniões, desejos, dúvidas e informações de forma mais detalhada e clara, atuando como sujeitos, objetos ou complementos dentro de uma oração maior. Entender seu funcionamento, tipos e uso adequado aprimora nossa comunicação e enriquece a escrita.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Como posso identificar uma oração subordinada substantiva em uma frase?

Para identificar uma oração subordinada substantiva, observe se ela tem uma conjunção introdutória como que, se, o que ou quem, e cheque sua função na oração principal. Ela geralmente funciona como sujeito, objeto ou complemento de um substantivo ou verbo na frase.

2. Qual a diferença entre oração subordinada substantiva e oração subordinada adjetiva?

A oração subordinada substantiva funciona como um substantivo, exercendo funções de sujeito, objeto ou complemento, enquanto a oração subordinada adjetiva modifica ou qualifica um substantivo da oração principal, funcionando como adjunto adnominal e geralmente introduzida por que, quem, onde ou quando.

3. Quando é necessário usar vírgulas em orações subordinadas substantivas?

Geralmente, não se usa vírgula antes de orações subordinadas substantivas introdutadas por que. Contudo, se a oração subordinada for explicativa ou estiver isolada como aposto, o uso da vírgula é recomendado para maior clareza.

4. As orações subordinadas substantivas podem começar com outras palavras além de que e se?

Sim. Elas podem começar também com o que, quem, quando, como, por que, dentre outras, dependendo da função que desempenham na oração.

5. É possível omitir a conjunção que em uma oração subordinada substantiva?

Sim, na língua falada e em alguns textos escritos mais informais, a conjunção que pode ser omitida sem alterar o sentido, especialmente quando a oração é curta e clara. No entanto, na linguagem formal, sua presença garante maior clareza.

6. Como diferenciar uma oração subordinada substantiva de uma oração subordinada adverbial?

A principal diferença está na função: a subordinada substantiva funciona como substantivo (sujeito, objeto, complemento), enquanto a adverbial modifica o verbo indicando circunstância de tempo, modo, causa, etc. Observe a conjunção introdutória e o papel que ela desempenha na frase.

Referências

  • BAGS: Gramática Apresentação, Uso e Exemplos, Roberto Cerqueira.
  • CORREA, Luiz Antônio de; PONTES, João.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lucia Nader (Org.).
  • PEREIRA, Ophélia. Gramática Normativa e Análise Sintática.
  • Real Academia Espanhola. Gramática da Língua Portuguesa.

Este artigo busca oferecer uma abordagem detalhada e acessível sobre as orações subordinadas substantivas, contribuindo para uma compreensão aprofundada do tema.

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