Menu

Silepsefigura na Linguagem: Dúvidas Comuns Sobre Concordância

A língua portuguesa é repleta de nuances e detalhes que podem gerar dúvidas até mesmo entre falantes mais experientes. Um dos aspectos que frequentemente causa confusão na construção verbal e na concordância é a utilização da silepsefigura, uma figura de linguagem que, embora pouco mencionada nos estudos iniciais, tem impacto direto na compreensão adequada de textos e na produção de uma comunicação eficaz. Neste artigo, abordarei de forma detalhada o conceito de silepsefigura na linguagem, suas características, exemplos comuns, e como ela pode gerar dúvidas na concordância, contribuindo para uma compreensão mais sólida e consciente do nosso idioma.

O que é a Silepsefigura?

Definição e Origem

A silepsefigura é uma figura de linguagem que combina elementos de silepse (ou silepse de concordância), um termo que vem do grego sîlepsis, que significa "seleção" ou "escolha", com o uso de figuras de linguagem. Ela se manifesta quando há uma substituição de um termo por outro, de modo a criar uma concordância artística ou estilística em frases, podendo gerar dúvidas na interpretação e na correta aplicação da concordância verbal ou nominal.

Características principais

  • Alteração na concordância tradicional: A silepsefigura muitas vezes desafia as regras convencionais de concordância.
  • Uso de anacolutos ou concordância de sentido: Pode envolver concordância por sentido, mesmo que a estrutura gramatical indique o contrário.
  • Propósito estilístico ou expressivo: Geralmente, seu uso visa dar ênfase, estilo ou criar efeito emocional na mensagem.

Importância no contexto da linguagem

Apesar de não fazer parte do padrão gramatical oficial, a silepsefigura surge frequentemente na linguagem cotidiana, na literatura, na publicidade, e até no jornalismo, por isso entender suas nuances é essencial para interpretar e produzir textos mais refinados e adequados.

Tipos de silepse na linguagem

Silepse de sentença

Quando há uma discordância entre o sujeito e o verbo, mas essa discordância é aceita por sentido.

Exemplo:

Os Estados Unidos foi afetado pela crise.
(O correto seria "foram afetados", mas a expressão em si, pelo contexto, admite-se a silepse de sentença, e o sentido prevalece.)

Silepse de substantivo com o verbo

Quando o sujeito é um substantivo coletivo ou de sentido singular, mas o verbo é flexionado no plural, ou vice-versa.

Exemplo:

A multidão gritavam ansiosa.
(Aqui, "multidão" exige verbo no singular: "gritava". A tentativa de concordar no plural é uma silepse.)

Silepse de pronome com o núcleo do sujeito

Quando há uma discordância entre o pronome e o núcleo do sujeito, por preferência de sentido ou estilo.

Exemplo:

Quando o aluno pediu o material, eles entregaram rapidamente.
(O mais adequado seria "ele entregou", porém, a frase busca uma concordância plural, criando uma silepse.)

Como a silepsefigura pode gerar dúvidas na concordância

Dúvidas na aplicação da concordância verbal

Entre os estudantes de Português, é comum confundir o momento de aplicar a concordância por norma padrão ou entender uma silepse como uma forma aceitável de flexão verbal. Por exemplo:

  • Quando o sujeito é conjuntivo ou indefinido, a dúvida na concordância se intensifica.
  • Frases com expressões como cada, nenhum, ou todo podem gerar questionamento na hora de decidir entre o singular ou plural.

Dúvidas na concordância nominal

Da mesma forma, quando há a tentativa de fazer a concordância com substantivos coletivos ou com termos que representam um conjunto de elementos, surge a dúvida. É comum perguntar se deve-se usar:

  • Singular, para enfatizar o conceito global
  • Ou plural, para destacar indivíduos ou elementos específicos

Exemplos de frases ambíguas

  • "A equipe de jogadores se prepararam."
    (Deveria ser "preparou", já que "equipe" é singular; a frase na forma apresentada gera uma dúvida sobre concordância.)

  • "O público aplaudiu as músicas com entusiasmo."
    (Este é um exemplo de concordância adequada, mas muitas vezes podem surgir dúvidas quando o foco do discurso é diferente.)

Dificuldade na distinção entre sentido e estrutura gramatical

A silepsefigura muitas vezes faz com que o intérprete questione se a concordância empregada é uma regra gramatical ou uma escolha estilística. Assim, ela causa dúvidas legítimas na prática pedagógica e na comunicação formal.

Exemplos práticos de silepsefigura na linguagem

FraseAnáliseComentário
A maioria dos alunos entregaram os trabalhos tarde.Concordância incorreta; "maioria" exige singular ("entregou").Uso comum na linguagem coloquial, mas incorreto na norma padrão.
Ninguém gostando do plano, decidiram cancelar a reunião.Conflito de concordância; "ninguém" exige singular ("decidiu").A silepse aqui pode gerar dúvidas na correção.
Os jovens, muitas vezes, se deixam levar pelos modismos.Concordância correta; "os jovens" é sujeito plural.Enfatiza a flexibilidade do uso da norma padrão.

Citação de referência:

"A silepse é uma figura que desafia as regras tradicionais e muitas vezes é empregada para criar efeitos estilísticos ou breves desvios da norma padrão." — Diretrizes de Gramática Portuguesa, Maria Helena de Moura Neves.

Como evitar dúvidas na aplicação da silepsefigura

Conheça as regras básicas de concordância

  • Sujeito simples ou composto
  • Sujeito plural ou singular
  • Concordância por sentido ou por norma

Dica: Sempre reler sentenças e verificar o núcleo do sujeito antes de decidir a concordância.

Entenda o contexto e o objetivo do texto

  • Em textos formais, evite o uso de silepsefigura como uma norma.
  • Em textos literários ou estilísticos, seu uso é mais flexível, podendo criar efeitos desejados.

Pratique com exemplos e exercícios

A prática constante ajuda a reconhecer quando o uso da silepse está adequado ou não, aprimorando a compreensão e evitando dúvidas.

Consulte gramáticas e fontes confiáveis

Referências como Normas Gramaticais da Língua Portuguesa e obras de autores renomados podem esclarecer dúvidas sobre o tema.

Conclusão

A silepsefigura na linguagem constitui uma figura de linguagem que, por sua natureza de deslocar a norma tradicional de concordância, pode gerar muitas dúvidas na comunicação, especialmente no que diz respeito à aplicação correta da concordância verbal e nominal. Apesar de desafiar as regras convencionais, ela é frequentemente empregada na linguagem cotidiana, na literatura e na publicidade para criar efeitos estilísticos ou reforçar mensagens.

Entender suas características, exemplos e contextos de uso ajuda não apenas a aprimorar nossa escrita, mas também a interpretar textos com maior criticidade e segurança. Para evitar ambiguidades ou erros, é fundamental conhecer as regras básicas de concordância, compreender o objetivo da comunicação e praticar constantemente. Assim, podemos utilizar a silepsefigura de forma consciente, seja na busca por uma linguagem mais expressiva ou na preservação do rigor gramatical.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. O que é a silepse na linguagem?

A silepse é uma figura de linguagem que consiste em uma concordância que desafia as regras convencionais, geralmente por sentido ou estilo, criando uma discordância entre o sujeito e o verbo ou o núcleo do sujeito, de forma intencional ou estilística. Ela pode gerar dúvidas na aplicação da concordância padrão.

2. Quando devo usar a silepse na minha escrita?

A silepse deve ser usada com cautela, principalmente em contextos informais ou literários, onde o objetivo é criar efeito estilístico ou reforçar determinada expressão. Em textos acadêmicos ou formais, recomenda-se seguir a norma padrão, evitando a silepse para não gerar ambiguidades.

3. Como identificar uma silepse na leitura ou na escrita?

Verifique se há uma discordância aparente entre o sujeito e o verbo ou o núcleo do sujeito. Pergunte-se se essa discordância é intencional, parte do estilo, ou um erro. A presença de figuras de linguagem ou estilos mais livres geralmente indica uso de silepse.

4. A silepse é considerado erro gramatical?

Não necessariamente. A silepse pode ser uma figura de linguagem legítima, sobretudo na literatura, na publicidade e na fala coloquial. Contudo, na norma padrão, é preferível evitar seu uso para manter a clareza e a correção gramatical.

5. Como aprender a distinguir a silepse da concordância correta?

Estude as regras de concordância, pratique com exemplos e analise os textos. Wes avaliar cada frase se a discordância é por efeito estilístico ou erro, assim você desenvolverá maior sensibilidade para identificar e aplicar a silepse de forma adequada.

6. Quais são os principais autores que abordam esse tema?

Autores como Maria Helena de Moura Neves, Evanildo Bechara e Celso Cunha discutem amplamente sobre figuras de linguagem, incluindo a silepse, oferecendo orientações para seu uso consciente e adequado na língua portuguesa.

Referências

  • Neves, Maria Helena de Moura. Gramática Elementar da Língua Portuguesa. São Paulo: Atualidade Editora, 2007.
  • Bechara, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª edição. Rio de Janeiro: Lucerna, 2020.
  • Cunha, Celso. Diccionario de Uso do Português. São Paulo: Editora Ática, 2010.
  • Brasil. Ministério da Educação. Normas Gramaticais da Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 2018.
  • Silva, José de Alencar. Literatura e Figuras de Linguagem. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015.

Artigos Relacionados